quinta-feira, agosto 31, 2006


As férias aproximam-se. Os ultimos dias por cá passam demasiado depressa, lamento-me porque as horas parecem ter menos minutos, minutos a menos para o tanto que há para fazer. Cresce a ansiedade, cresce...a desarrumação até que tudo fique mesmo arrumado!

quarta-feira, agosto 30, 2006

segunda-feira, agosto 21, 2006

Tozal del Mallo (Parte IV de IV)
O que se poderá dizer sobre o vale de Ordesa?!?! Idílico, único, belo, estonteante, agradável! Um vale de uma beleza natural realmente aprazível. Imponentes florestas, entremeadas de verdejantes prados, percorrido por frescos regatos, protegido por característicos contrafortes rochosos às portas dos altos Pirinéus.

E a sua escalada? Dura, característica, técnica, atlética, difícil, verdadeiramente única! Escalar nestas paredes de Ordesa, requer uma habituação apurada ás geométricas e anguladas formas e ao reinante vazio. Percorrer algumas das mais clássicas vias, é percorrer trilhos da história da escalada em rocha nos Pirinéus.

O Tozal del Mallo ergue-se de forma isolada e altaneira sobre o vale, de forma de eterno vigilante. Pode não ser a mais impressionante de todas as paredes, mas é sem duvida a mais chamativa e estética de todas elas. Nas suas faces, nomes como os irmãos Ravier, Rabadá e Navarro, Bellefom ou Anglada traçaram as primeiras vias de todo o vale com toda a audácia e destreza da época.

Supostamente no dia seguinte à nossa chegada a Torla, iríamos escalar uma das muitas vias, mas ao tocar o despertador de manhã cedo, a ressaca da forte insolação sofrida dois dias antes em Terradets cobrou a sua factura e apenas umas horas mais tarde nos conseguimos levantar. Devido ao avançar da hora e ao nosso lastimável estado de desidratação resolvemos então ir dar uma pequena volta pelo vale. Uma volta, que com o entusiasmo nos levou a subir ao Circo de Carriata, percorrer toda a Faja das Flores e descer pelas Clavijas de Cotatuero. Seis horas de caminhada (com bastantes paragem para comer as grandes baguetes de pão que levávamos e para tirar muitas fotos) desfrutando desta magnifica paisagem.

No dia seguinte escalámos a via «Brujas-FrancoEspañola» (435 mts, 6b+) na face Sul do Tozal del Mallo.

Miguel Grillo e Bruno Gaspar

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sexta-feira, agosto 18, 2006

Roca Regina (Parte III de IV)
Ao passarmos na estrada, se não prestarmos alguma atenção, esta enorme parede passa-nos despercebida. De facto, a sua encaixada posição não lhe proporciona toda a magnitude devida. Roca Regina, apesar de discretamente posicionada por detrás da grande e vistosa parede das Begasses, é sem duvida a mais vertiginosa e grandiosa parede do famoso Congost de Terradets.

Em pleno coração da Serra del Montsec, esta à semelhança de Vila Nova de Meia, é uma das mais conhecidas, visitadas, grandes e completas zonas de escalada de toda a Catalunha. Desde famosos sectores desportivos como Les Bruixes, até à exigente Roca Regina passando por Begasses, Peladet e tantas outras paredes, podemos escalar de quase tudo a qualquer nível: de 5 a 500 metros, de IV a 8c+, de A1 a A4+. Um inesgotável surtido à escolha!

Terradets mais do que uma zona de modas, foi crucial na revolução da escalada livre no início dos anos 80 e principalmente Roca Regina um marco no desenvolvimento da escalada de BigWall a partir dos finais dessa mesma década. Até ao aparecimento generalizado de Montrebei, Roca Regina junto da Paret d’ Aeri em Monserrat era sem duvida a mais conceituada e desafiante grande parede de toda a região, comparada por muitos ao majestoso Naranjo de Bulnes (Picos da Europa).

Actualmente, os recorridos mais acessíveis tornaram-se em grandes clássicas, sendo escaladas por inúmeras cordadas regularmente, mas sempre tendo em conta a sua enorme extensão e exigindo quase sempre uma escalada combinada livre-artificial que convém dominar. Sem duvida, uma das melhores paredes para testar a nossa destreza e reportório técnico.

Nesta visita podemos desfrutar da via «Pere-Camins» (450 mts, 6c/A1), apesar do abrasador calor que ao longo dos 15 lances de corda da via nos foi massacrando, aliado à desidratação alcançada no dia anterior em Vila Nova de Meia, resultou a dois largos do final numa acentuada indisposição de ambos devido a uma forte insolação. Apesar do contratempo lá concluímos esta escalada e a sua interminável descida por um alucinante canal encosta abaixo e que embora já fosse conhecido de visitas anteriores não desperdiçamos a oportunidade de nos perder um par de vezes, embrenhados em cerrado matagal.


Miguel Grillo e Bruno Gaspar















quinta-feira, agosto 17, 2006

Roca dels Arcs (Parte II de IV)

Esta é sem duvida uma das mais completas zonas de escalada de toda a Catalunha e porque não de toda a geografia Espanhola. Desde acessíveis vias de IVº até aos mais duros oitavos, de um a uma dezena de largos, escalada desportiva, clássica e destemidos recorridos de escalada artificial. Tudo isto em vários sectores, onde convivem pacificamente todos os estilos de escalada de forma respeitosa e acima de tudo para deleito de todos aqueles que visitam este magnifico local. O único senão é mesmo a elevada quantidade de gente que sempre (ou quase sempre) se encontra suspensa nas mais concorridas de entre as centenas de vias existentes.

Apesar do intenso calor, podemos desentorpecer as ganas de escalar após tanto tempo de espera sob a incessante chuva dos Alpes.

Escalámos duas vias em Roca dels Arcs (a principal e dominante parede de toda a zona): Necronomicon (140 mts, 6a) e Wild Planet (270 mts, V+/A1). A primeira, escalámos no próprio dia em que chegámos aproveitando a sombra do final de tarde. Via fácil e curta com uma rocha de invejável qualidade. Um recorrido para desfrutar tranquilamente.
A segunda, foi uma das primeiras vias abertas nesta bela parede. Via de corte clássico, onde a auto-protecção impera e o grau em livre (“quintos” dos antigos!!!) nos fazem transpirar nalguma saída de estribos protegido por ferrugentos e danificados buriles com mais de 25 anos. Uma das mais selvagens vias de toda a zona.
Miguel Grillo e Bruno Gaspar