GELO?!
Nos tempos idos em que ainda existia algum gelo na Serra da Estrela, ou seja, na semana anterior ao fim de ano, o Bruno Gaspar e eu fizemos uma incursão de piolets em riste.
Um começo tardio inspirou o nome de uma nova linha de mistas emoções.
Um pouco abaixo da clássica cascata “Curva do Cântaro” (esta em precária formação), revelou-se aos nossos olhos, uma chaminé de fundo congelado.
Após um nevão considerável, esta chaminé fica parcialmente soterrada, formando um corredor, anteriormente percorrido pelo Hélder Massano e pelo João Ferreira “Animado”.
Na versão corredor esta via é fácil, salvo uma passagem obstruída por um bloco entalado.
Desta vez, com a Serra despida de neve e o gelo a aflorar, as dificuldades incrementaram bastante.
Um pequeno extra-prumo delicado alcunhou o primeiro lance com um 5 seguido de um +.
Cinco também eram as horas em que iniciámos a escalada o que levou a um rapel nocturno com a via incompleta mas, com a vantagem da aproximação rápida e a horas decentes, a um jantar em Manteigas.
O dia seguinte viu-nos a braços, ou melhor… piolets, com o segundo largo em “Dry-tooling”, mesmo muito “Dry”…
De qualquer modo, os piolets não serviram apenas como um adereço de estilo. Realmente, os gancheios “à bomba” até foram úteis para ultrapassar um diedro estético e divertidamente difícil.
Uma cordeleta abandonada em redor de um grande bloco serviu como reunião de rapel. Em poucos minutos estávamos, de novo, na base da “Chá das cinco" (60 mts; L1: 5+/ L2: M5+ ou M6).
O Hélder juntou-se à maltinha, sem deixar de oferecer o oportuno chá.
Em cordada de três realizámos uma rara repetição da improvável “Estrela nocturna" ( 3+/M4), aberta há bastante tempo… quando ainda nevava na Serra.
Porque fazia algum frio, decidimos verificar se o sector “Gelódromo” tinha congelado.
O Bruno e o Hélder encontraram o local formadissimo… por rocha!
No entanto, surprise, surprise! A escassas dezenas de metros do Gelódromo descobrimos um grande boulder congelado e ainda com bom aspecto.
O assédio foi imediato e igualmente imediato também foi o baptismo deste micro sector: «O Frigorífico».
Os parcos 8 metros de altura foram suficientes para culminar o dia a desenferrujar um pouco mais os piolets.
O Hélder e o Bruno realizaram a primeira via que passou a chamar-se “Francisca”. Um terceiro grau de gelo e, uma bonita homenagem à filhota recente do Hélder. E, ao pôr-do-Sol lá me meti na “Goulotinha” (4), uma frágil estrutura de gelo quase improtegível, que se erguia à esquerda da “Francisca”.
Na verdade, as condições estavam longe do ideal mas, no fundo, voltámos a casa satisfeitos.
Entretanto…
...o gelo caíu!
Paulo Roxo
Nos tempos idos em que ainda existia algum gelo na Serra da Estrela, ou seja, na semana anterior ao fim de ano, o Bruno Gaspar e eu fizemos uma incursão de piolets em riste.
Um começo tardio inspirou o nome de uma nova linha de mistas emoções.
Um pouco abaixo da clássica cascata “Curva do Cântaro” (esta em precária formação), revelou-se aos nossos olhos, uma chaminé de fundo congelado.
Após um nevão considerável, esta chaminé fica parcialmente soterrada, formando um corredor, anteriormente percorrido pelo Hélder Massano e pelo João Ferreira “Animado”.
Na versão corredor esta via é fácil, salvo uma passagem obstruída por um bloco entalado.
Desta vez, com a Serra despida de neve e o gelo a aflorar, as dificuldades incrementaram bastante.
Um pequeno extra-prumo delicado alcunhou o primeiro lance com um 5 seguido de um +.
Cinco também eram as horas em que iniciámos a escalada o que levou a um rapel nocturno com a via incompleta mas, com a vantagem da aproximação rápida e a horas decentes, a um jantar em Manteigas.
O dia seguinte viu-nos a braços, ou melhor… piolets, com o segundo largo em “Dry-tooling”, mesmo muito “Dry”…
De qualquer modo, os piolets não serviram apenas como um adereço de estilo. Realmente, os gancheios “à bomba” até foram úteis para ultrapassar um diedro estético e divertidamente difícil.
Uma cordeleta abandonada em redor de um grande bloco serviu como reunião de rapel. Em poucos minutos estávamos, de novo, na base da “Chá das cinco" (60 mts; L1: 5+/ L2: M5+ ou M6).
O Hélder juntou-se à maltinha, sem deixar de oferecer o oportuno chá.
Em cordada de três realizámos uma rara repetição da improvável “Estrela nocturna" ( 3+/M4), aberta há bastante tempo… quando ainda nevava na Serra.
Porque fazia algum frio, decidimos verificar se o sector “Gelódromo” tinha congelado.
O Bruno e o Hélder encontraram o local formadissimo… por rocha!
No entanto, surprise, surprise! A escassas dezenas de metros do Gelódromo descobrimos um grande boulder congelado e ainda com bom aspecto.
O assédio foi imediato e igualmente imediato também foi o baptismo deste micro sector: «O Frigorífico».
Os parcos 8 metros de altura foram suficientes para culminar o dia a desenferrujar um pouco mais os piolets.
O Hélder e o Bruno realizaram a primeira via que passou a chamar-se “Francisca”. Um terceiro grau de gelo e, uma bonita homenagem à filhota recente do Hélder. E, ao pôr-do-Sol lá me meti na “Goulotinha” (4), uma frágil estrutura de gelo quase improtegível, que se erguia à esquerda da “Francisca”.
Na verdade, as condições estavam longe do ideal mas, no fundo, voltámos a casa satisfeitos.
Entretanto…
...o gelo caíu!
Paulo Roxo
Gear for fear
«Chá das 5» Crux fresquinho do 1º largo 
«Chá das 5» Curiosamente os piolets foram úteis!
«Estrela Noturna»
Hélder e Bruno no "Frigorífico"
Hélder a abrir a castata «Francisca»
Topo
Sector "Frigorífico"
1 Comment:
É pá, vocês não estão a enganar a malta pois não??Não me digam que ao verem que não havia gêlo e neve foram pedir uma ajudazinha à
Turistrela para vos "importar" gêlo!!eheh!
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