quinta-feira, outubro 29, 2009

FEDERAÇÕES E O FUTURO DA ESCALADA


Uma federação, como qualquer instituição, deve estar preparada para receber criticas e, deve ter o estofo necessário para contestar as criticas sem argumentos de contra-ataque ou respostas evasivas do tipo: “Fazemos o que podemos”, sob o risco de perder a sua credibilidade.

Com os ultimos textos, resolvemos expor aquilo que, DE FACTO, se passou durante a organização do encontro na Serra da Estrela.

O dinheiro, neste caso particular, é na verdade um tema irrelevante.

A F.P.M.E. mostrou-se disponível para apoiar o encontro ao nível dos pedidos de autorização.

Ao não dar o seguimento devido ao processo –através de simples telefonemas ou mails, pedindo as autorizações por escrito- a federação demonstrou um amadorismo relevante.

Ao ignorar a realização de um encontro, que envolveu 80 pessoas (num terreno de auto-protecção) – bastava a presença de alguém da federação no local ou, um simples telefonema a perguntar: “Que tal, está tudo bem? Podemos ajudar em algo?”- a FPME revelou um enorme desinteresse relativamente á actividade.

Ao abandonar a organização à sua sorte, quando se soube da proibição de ultima hora (devido a uma falha da própria federação) – bastava ter aparecido uma pessoa da federação para dar a cara e assumir a sua responsabilidade no assunto- a FPME revelou uma grande irresponsabilidade.

Estas acções, que a federação deveria ter tomado e nunca assumiu, não se desculpam com a falta de dinheiro. Os seus custos envolviam quantias irrisórias. Tão somente meia dúzia de telefonemas e, no máximo, um deposito de gasolina gasto numa deslocação à Serra da Estrela.

Portanto, estes factos, levam a crer que existe uma enorme falta de atenção por parte da FPME a actividades que se realizem fora do âmbito das competições na resina.


No entanto, isto não é nenhum manifesto contra a FPME.

Antes da criação da FPME a federação de campismo (FCMP) nunca fez/nem faz nada realmente importante em prol da comunidade.


O que me leva a entrar noutro campo, muito mais sério e que vai muito além de um pontual encontro de escalada ignorado.


Há mais de 30 anos que andamos a brincar ás federações, o que resultou numa total falta de representatividade junto dos orgãos governamentais.

A falta de representantes das federações colocaram a escalada e o alpinismo num posicionamento muitissimo negativo.

O regulamento para as áreas protegidas, publicado pelo ministério do ambiente, em Diário da Republica, considera contra-ordenação ambiental MUITO grave “a prática de alpinismo, escalada ou montanhismo”, em conjunto com “o depósito ou lançamento de águas residuais e industriais”, “A destruição ou delapidação de bens culturais inventariados...”, “...o abate de espécies animais sujeitas a medidas de protecção”, entre outras actividades bem mais perniciosas e com um impacto abissalmente superiores.

No mesmo documento, constituem contra-ordenações ambientais LEVES “A pratica de campismo ou caravanismo...”, “O abandono, depósito ou vazamento de resíduos sólidos urbanos fora dos locais para tal destinados” (!!!!).

O que equivale a dizer que: a prática da escalada, alpinismo ou montanhismo (que sempre julgámos serem actividades de natureza) são consideradas acções bem mais graves que a invasão de trilhos por auto-caravanas ou mesmo despejar um monte de merda de todo o tipo, serra abaixo!!!

Este posicionamento absurdo no caderno do ministério do ambiente só acontece porque nunca existiu nenhuma voz (vinda de representantes de federações) que tentasse explicar as actividades que praticamos. Nunca ninguém (de direito) disse: “Esperem, não é bem assim! A escalada funciona desta forma. É uma actividade praticada por pessoas que gostam da natureza. Respeitamos as épocas de nidificação, respeitamos os trilhos, etc, etc”.

Neste momento, as proibições estão aí e, dependem única e simplesmente de uma assinatura de um qualquer engravatado menos esclarecido, num qualquer escritório de cidade.

Já existem vários locais onde a escalada é uma actividade proscrita e a aplicação real da proibição apenas depende de uma fiscalização mais cerrada.

As federações que se prezam, têm o DEVER (e com isto implico as duas federações existentes neste país), perante os seus associados e comunidade geral, de tentar travar ou inverter este processo.

Entre outras coisas, cabe ás federações fazerem-se representar (ou pelo menos tentar) junto das entidades, discutir e defender os interesses dos praticantes das actividades que dizem tutelar.

Caso contrário, não deveriam ser consideradas mais do que meros clubes ou associações a juntar à lista dos já existentes.

O que escrevemos serve um pouco para ajudar a malta reflectir sobre o futuro da escalada em Portugal.

Era muito positivo que mais opiniões viessem ao de cima.


Uma sugestão para a FPME: a organização de um encontro, tipo palestra, com convidados e inter-activo com o publico, para discutir publicamente estes assuntos.


Paulo Roxo


quarta-feira, outubro 28, 2009

(DES)ENCONTRO DOS ENTALADOS

Explicação sobre o sucedido


Já há bastante tempo que pensávamos organizar uma actividade na Serra da Estrela, pelas suas excelentes condições para escalar, com vias de alta qualidade num soberbo granito. Algures no final de Setembro, resolvemos avançar com a ideia e realizar o 2º Encontro dos Entalados, no Cântaro Magro e paredes adjacentes.

Falamos com algumas pessoas e a receptividade à organização do encontro foi bastante boa. Assim, decidimos pôr mãos à obra.

Falamos com os “Abismados” Sérgio e Natália, a ver se nos davam uma ajuda na realização dos topo-guias e a resposta foi muito positiva. Foram eles, à custa de coisa nenhuma (não ganharam um tostão pelo trabalho que fizeram), que fizeram o design e impressão do topo-guia.

Falamos à D’Maker (representante das marcas Edelweiss e Lasportiva) e obtivemos de imediato um “sim” em relação ao apoio que lhe pedimos para a actividade. De imediato, a D’Maker se prontificou a tratar também das autorizações legais necessárias para a realização do encontro (algo que não lhe atribuímos, mais à frente explicaremos a razão).

Quando falamos com o Clube de Montanha da Figueira da Foz acerca desta ideia, de imediato mostraram grande interesse em envolver-se, oferecendo a sua preciosa ajuda. Pouco depois, transmitiram-nos a vontade que a FPME demonstrou em apoiar este projecto, mas teria de ser com algo que não envolvesse meios financeiros.

Ficou então a FPME, incumbida de tratar de todas as autorizações necessárias para a realização do encontro (foi por esta razão que neste campo recusamos a ajuda da D’Maker). Sendo que o local de escalada se encontra dentro do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), foi necessário pedir autorização à direcção do Parque e ICNB (Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade). Também alguns membros do Clube de Seia deram uma ajuda no campo das autorizações, deslocando-se pessoalmente a Manteigas, para saber acerca de um possível apoio da Câmara ao Encontro e apressar a resposta acerca da autorização para acampar no Covão d’Ametade.

Uns dias depois, recebemos por parte do Clube de Montanha da Figueira da Foz um telefonema dizendo que o PNSE/ICNB tinha transmitido à FPME que iria cobrar uma taxa de 100 euros pelo encontro, algo normal em actividades organizadas com fins lucrativos. No sentido de não encarecer o preço do encontro, não quisemos imputar este custo às inscrições. Sendo que o valor não era elevado, averiguamos sobre a possibilidade da FPME pagar esta taxa, o que se poderia enquadrar no “Apoio” que daria ao Encontro. Perante a recusa por parte da FPME, novamente o Clube de Montanha da Figueira da Foz lhes transmitiu que deveriam fazer esforços para que a taxa não fosse aplicada, até porque a actividade não iria ter nenhum lucro (o preço que praticamos pagou o jantar e o croqui), pelo que o argumento do PNSE/ICNB não se aplicava.

Pelo que nos foi transmitido, a questão foi ultrapassada. Não sendo uma actividade com fins lucrativos, não haveria taxa aplicada.

Algum tempo depois, houve uma alteração nas datas do encontro. Para evitar a coincidência entre o encontro e as eleições, decidimos marcar o encontro para o fim-de-semana seguinte, dias 17 e 18 de Outubro. Nesse sentido, a FPME redigiu um novo oficio a comunicar ao PNSE/ICNB a alteração das datas.

Dias depois, a FPME transmitiu-nos que o PNSE tinha dado resposta positiva (via telefone) para a realização do encontro.

Sendo que este assunto estava resolvido, a pressa instalou-se. O Paulo e os “Abismados” trabalharam nos croquis, a D’Maker tratou de envolver as marcas, eu mexia-me para coordenar as frentes. No fim-de-semana anterior ao encontro, eu e o Paulo fomos à Serra equipar algumas reuniões (oferecidas pela D’Maker) e tratar do restaurante. Falamos entre todos os que se envolveram na organização do encontro para organizarmos o “lanchinho” (que em vez de ocorrer na inscrição, acabou por ocorrer no final do dia de escalada!). Pedimos também ajuda ao Grillo, para dar algumas indicações aos escaladores que delas necessitassem, no decorrer do encontro. Tudo estava bem encaminhado.

Rapidamente chegou a sexta-feira...e o problema.

Estávamos eu e o Paulo a iniciar a viagem para a serra, quando pelas 20:00 recebemos por parte da FPME, a informação de que tinham recebido um e-mail e uma carta do PNSE/ICNB, a proibir a realização do encontro. A comunicação dizia basicamente que o Cântaro Magro se encontra numa “Área de protecção parcial do tipo I” (de acordo com o Plano de ordenamento do PNSE) e que nestas áreas “apenas são permitidas actividades de investigação científica, visitação e pastorícia...”.

A primeira pergunta foi “Se a informação chegou de manhã, porque só fomos informados agora?”

De acordo com o que nos foi transmitido pela FPME, só tiveram conhecimento da informação no fim da tarde.

Mas...se de acordo com o que nos foi dito pela FPME, já nos tinham dado autorização...como pode tal acontecer??

Pelo que nos foi explicado, uma funcionária do PNSE, disse pelo telefone à FPME que não haveria qualquer problema e que o encontro se podia realizar. MAS na verdade, nunca houve nenhuma autorização por escrito, que é o único e fundamental elemento legal para que de facto se possa dizer “sim senhor, têm autorização para realizar o Encontro”! O telefonema entre a FPME e o PNSE ocorreu a mais de duas semanas do Encontro. Ficamos a saber que desde esse telefonema, a FPME não realizou mais nenhum esforço, não estabeleceu mais nenhum contacto com o PNSE/ICNB, no sentido de obter a devida autorização legal, ou seja, por escrito, que seria o básico e normal num assunto desta natureza.

Indagámos se iria estar alguém da FPME no encontro e a resposta foi “Não”. Novamente fomos apanhados de surpresa, pois nunca pensamos que o apoio da FPME se reduzisse a 2 ou 3 e-mails e uns telefonemas, que nem cobriram a legalidade da situação, e muito menos não pensamos que o desinteresse da FPME fosse tanto, que nem um representante iria comparecer no encontro. Maior surpresa ainda foi a manutenção desse “Não”, numa situação como a que se chegou! Sendo a FPME parte envolvida, não mobilizaram NINGUÉM para estar presente no local. No caso de sermos abordados pelo PNSE/ICNB, a entidade que os contactou não estaria sequer presente!

“Boa sorte e um queijo”! Não o disseram mas foi o que nos fizeram sentir.

Falamos ainda dos custos envolvidos no caso da não realização do encontro – impressão dos topo-guias e restaurante para cerca de 70 pessoas – e o que nos foi dito foi que não podiam fazer nada. Por outras palavras, saltaram fora e deixaram-nos com a batata quente nas mãos! No caso dos inscritos decidirem não ficar porque não há encontro, quem arcaria com as despesas seriamos eu (Daniela) e o Paulo (assumimos o facto logo que a FPME nos deixou sem qualquer apoio).

Era altura de pensar rápido e agir! No sentido de não incorrermos em nenhuma sanção, decidimos então desmarcar o encontro informando as pessoas do sucedido. Pela tardia informação que colocamos na net, percebemos que seriam muitos os que não teriam acesso a essa informação (até porque havia muita gente já a caminho da Serra!) e decidimos estar no local previsto para as inscrições, para informar a todos do sucedido (da desmarcação do encontro e suas razões). Sentimo-nos também na obrigação de estar ali, para o caso de aparecer alguém do PNSE/ICNB.

Como resultado, as pessoas apareceram, entenderam, acharam por bem ficar para o que passou a ser um jantar de amigos e cada um fez o que achou que devia fazer...na verdade as pessoas foram escalar!

No final do dia apareceram dois funcionários do PNSE/ICNB que apenas nos perguntaram se éramos alguma empresa a organizar algum evento. Respondemos a verdade, dissemos que não e eles foram-se embora! Curiosamente nem sabiam de nada de encontros e proibições!

Para culminar, até hoje, a FPME não demonstrou qualquer interesse para saber o desfecho da situação! Realizou um telefonema ao Clube de Montanha da Figueira da Foz no Sábado de manhã, dizendo que de facto não iria aparecer ninguém da FPME na serra! E desde aí...nada!

As nossas conclusões:

Os nossos erros: delegar o assunto autorizações e não o acompanhar muito de perto, insistindo que queríamos ver a autorização por escrito. Acreditámos na palavra da FPME “temos as autorizações” porque para nós era óbvio que para fazer tal afirmação, a situação estaria completamente legal, ou seja, por escrito! Para nós isso é o básico!

Os erros da FPME: não ter feito os esforços necessários para assegura que os assuntos que se propôs tratar fossem resolvidos atempada e legalmente. O seu “Apoio” consistia apenas em obter as autorizações necessárias da parte do PNSE/ICNB, para que se pudesse realizar o encontro! Descuidaram o assunto colocando-nos numa situação complicada. Perante a situação que criaram, não deram qualquer ajuda na sua resolução, não se dignaram a aparecer no local, nem mostraram qualquer interesse em saber como tinha sido resolvida a situação! É para “isto” que serve uma Federação??? É este o interesse que tem nas actividades que diz querer apoiar e desenvolver?? Algo está errado!

O que esperamos de uma Federação é que apoie e se esforce para desenvolver as modalidades que quer tutelar, e que proteja os interesses dos federados e de todos os praticantes dessas mesmas modalidades.

Chocou-nos também o facto de aquando surgiu a tal taxa a pagar, que de imediato dissessem que não tinham dinheiro para tal! Não estamos a falar de 1000 euros mas de 100! Na verdade, o que sente e vê quem está de fora, é que parece só haver dinheiro para uma coisa: competições. Relembramos uma vez mais, NÓS NÃO QUEREMOS MENOS COMPETIÇÕES! Sentimos no entanto que todas as outras actividade estão abandonadas. Não acredito que a FPME não consiga disponibilizar 100 euros para um encontro de escalada predominantemente de auto-protecção, que consegue mobilizar 80 escaladores!

Quanto a nós, o voto de confiança que demos à FPME, integrando-os na actividade que pretendíamos realizar, transformou-se num verdadeiro balde de água fria. Não vimos de forma alguma os nossos interesses defendidos.

Os erros do PNSE/ICNB: revela, ou uma enorme falta de cuidado ou incompetência, a transmissão da proibição a 24h do acontecimento, mais ainda tendo em conta que a instituição que contactaram (FPME) só tem portas abertas entre as 15:00 e as 17:00 (ou seja, possivelmente só iriam receber a noticia à tarde, a menos de 24h do encontro). Tal impede que os implicados consigam tomar uma atitude congruente com a proibição, sem que haja lesados. De facto, anulamos o encontro, mas as pessoas foram ao local na ignorância e nós tivemos de lá estar para transmitir o que nos foi legalmente comunicado.

De louvar a atitude de todos os apoios envolvidos, que ao contrário da FPME, decidiram ficar junto dos escaladores.

terça-feira, outubro 20, 2009

ENCONTRO DOS ENTALADOS (PROIBIDO!)



No passado fim-de-semana (17 e 18 de Outubro) esteve para ser organizado o segundo encontro dos Entalados na Serra da Estrela, em redor do Cântaro Magro.

Em 2007, tivemos o prazer de organizar o primeiro, na Barragem de Santa Luzia ao qual acorreram cerca de quarenta escaladores.

Este ano tivemos 80 inscrições.

Este é um encontro direccionado para a escalada de auto-protecção, embora sejam muito bem-vindos todos os estilos.

Com efeito, este ano, tivemos também alguns inscritos com a intenção de escalarem vias desportivas e bloco.

No fundo, tratou-se de um encontro de ESCALADA.

Segundo a FPME, que nos estava a apoiar ao nível dos pedidos de autorização, tinhamos a autorização do Parque Natural da Serra da Estrela, para a organização do evento. No entanto, soubemos que o I.C.N. proibiu o encontro, atravéz de um telefonema recebido por nós, por volta das 20.30 de sexta-feira, 16 (encontravamo-nos a caminho da Serra da Estrela, para preparar a recepção das pessoas)!

Perante a impossibilidade de impedir que os inscritos se dirigissem à serra, fomos obrigados a anular oficialmente o evento, atravéz de um comunicado para o Forum Havista mas, resolvemos receber as pessoas no local combinado para explicar a situação.

Quanto ao papel da FPME e ao parecer do ICN, não nos vamos alongar e já publicaremos algo mais, para ajudar a comunidade a reflectir acerca do assunto e a emitir a sua opinião.


Estas linhas servem para agradecermos a todos os participantes do (anulado) Segundo Encontro dos Entalados.


- Um muito obrigado a todos os que se inscreveram no encontro anulado. Obrigado pelas vossas palavras de apoio e presença.

- Um muito obrigado ao Carlos Vieira da D`Maker, com as marcas Edelweiss e La Sportiva, por não “retirar o barco”, perante a adversidade.

- Um muito obrigado à Natalia e ao Sergio (abismados), por todo o trabalho de montagem dos croquis e grande apoio no terreno.

- Um muito obrigado ao Bruno Gaspar e ao Clube de montanha da Figueira da Foz pelo apoio na organização.

- Um muito obrigado à Ema Neto e ao Miguel Grillo, pelo grande apoio no terreno.

- Um muito obrigado ao Helder e ao Clube de montanha de Seia, pelo apoio ao nível de alguns contactos e autorizações.

- Um muito obrigado ao Paulo Branco e ao Corpo de Montanha da G.N.R. pela preocupação, relativa ao estacionamento e segurança.

- Um muito obrigado ao Rui Rosado pela sua interessante palestra sobre a origem e evolução dos Friends.

- Um muito obrigado ao João Fernandes, pelo discurso e pela composição genial da musica da noite (!).

Obrigado e as nossas desculpas pela anulação do evento.


R.P.P.D.


P.S. Nesse mesmo fim-de-semana constatámos que foi organizado uma actividade Todo-o-terreno na Serra da Estrela. Existirá alguma contradição de valores? Natureza?...




sexta-feira, outubro 16, 2009

ENCONTRO DOS ENTALADOS. INDICAÇÕES FINAIS.


Desta era para relembrar a malta que:

- O restaurante está sobre-lotado, por isso não vamos conseguir encaixar mais gente. Pedimos desculpa a quem não se inscreveu a tempo.

- O local de recepção e inscrições será na Curva do Cântaro (ver mapa nos posts abaixo) e a partir das 9.00 da matina.

- Não esquecer agasalhos, porque apesar do tempo bom previsto, vai estar fresquinho!

- A começar ás 19.30 teremos o Rui Rosado a "palestrar" sobre a historia e evolução dos "amigos" Friends (imediatamente antes da janta "combibio").

quinta-feira, outubro 15, 2009

ENTALADOS estamos nós!!! eheheheheh

INSCRIÇÕES COM JANTAR ENCERRADAS.


Olá a todos

Queremos desde já agradecer a todos os que decidiram entalar-se conosco neste próximo fim-de-semana, que já sabemos que vai ser ensolarado e um pouco fresco (pelo menos foi o que nos disse o gajo que vive lá em cima...por e-mail!)

A adesão superou as nossas melhores expectativas, o que foi uma excelente surpresa.

Neste momento, o restaurante que pensavamos ser mais do que suficiente para a malta, vai ficar lotado, pelo que, com muita pena, não podemos aceitar mais inscrições com jantar incluido!...que nos desculpem os que não se inscreveram atempadamente.

No entanto, todos são bem-vindos ao 2º Encontro dos Entalados!!...a coisa promete...quem sabe até se vai escalar qualquer coisa!

Caso haja mais interessados, agradecemos ainda assim que nos contactem, para não deixar-mos ninguém sem topo-guia.

Então até Sábado....

PS: caso haja desistencias, por favor informem-nos também!

segunda-feira, outubro 12, 2009

ENCONTRO DOS ENTALADOS, MAIS INFORMAÇÕES


Pedimos que as pré-inscrições sejam feitas NO MÁXIMO até dia 15 de Outubro (quinta-feira), para o seguinte mail: entalados2009@gmail.com, colocando apenas o nome e o “Vou!” (também podem mandar umas bocas!), para sabermos quantas pessoas teremos de marcar para o jantar.


INSCRIÇÕES:

12 euros, inclui jantar de Sábado e topo-guia; OU 5 euros, para quem não quiser jantar, só topo-guia.

As inscrições serão feitas na “curva do cântaro” entre as 9:00 e as 11:00 e posteriormente na zona de maior aglomeração de escaladores.

PERNOITA:

Covão d’Ametade. Aconselha-se a não deixar a tenda montada durante o dia, devido aos roubos que ocasionalmente ocorrem naquele lugar. A quem queira aparecer mais cedo, alguns de nós já lá dormiremos na sexta-feira à noite.

JANTAR e PALESTRA:

No Café Estrela, em Penhas da Saúde. A palestra, por Rui Rosado “Friends, história e evolução”, terá o seu início pelas 19:30, ao que se seguirá o jantar de “cumbibio”. O Café Estrela tem o restaurante separado da zona de copos, pelo que o início da noite poderá ocorrer...a qualquer hora!

NÃO ESQUECER:

Para além da tenda e habitual logística para pernoita, roupa quente tanto para a noite, como para escalar, pois por ali o tempo fresco começa já a fazer-se sentir...parte positiva? MELHOR ADERÊNCIA! Se nas vias ao sol a temperatura é agradável, os que optarem por vias mais sombrias deverão ir prevenidos.

PETISCO DA MANHÃ:

Aconselha-se levar pequeno-almoço. É possível tomar o pequeno-almoço no Café Estrela em Penhas da Saúde (não tem pastelaria), ou um pouco mais longe, nos cafés da vila de Manteigas.

“BITAITES” SOBRE AS VIAS:

Para além dos topo-guias, também teremos uns tipos disponíveis a fornecer qualquer informação, conselho ou esclarecimento relativamente ás vias de escalada. Os anfitriões de serviço serão: Paulo Roxo, Bruno Gaspar e Miguel Grillo.

MATERIAL TÉCNICO ACONSELHADO:

- Cordas duplas (apesar de ser possível utilizar corda simples de 60m na maioria das vias).

- Conjunto de entaladores + conjunto de friends por cordada

- Sangles ou cordeletes para abandonar (apesar da maioria das vias ter reuniões equipadas).

- Capacete, bastante aconselhável. Apesar da rocha ser bastante sólida, encontramo-nos em terreno de aventura.

- Descensor do tipo reverso, oito, tubo...para rapelar em cordas duplas

PARA AS VIAS LONGAS (Face Sul e Face Nordeste):

Iniciar a escalada cedo, algures entre as 9 e as 10:30 (contar com cerca de 20 a 30 min de aproximação).

ACESSOS:

No mapa que se segue, encontram-se os acessos à curva do Cântaro, Covão d’Ametade e Café Estrela, desde a Covilhã e Seia.

quarta-feira, outubro 07, 2009

VENS OU NÃO? SE CALHAR ATÉ HÁ ESCALADA!


A vida corre-te mal?!

Não tens guito?!

A gaja/gajo deu-te com os pés?!

Perdeste o emprego?!

O matreiro em quem votaste não ganhou?!

Sentes-te ENTALADO?!


Não contraries a desgraça!

Não lutes contra o inevitável!

Junta-te aos outros miseráveis!

Agarra nos teus AMIGOS e...

vem participar no...


2º ENCONTRO DOS ENTALADOS


Já considerado pela critica como: o melhor encontro de escalada... do fim-de-semana!


(se não te encontras em nenhuma das situações anteriores podes vir também).




Preço e referências para muito/muito breve.


terça-feira, outubro 06, 2009

UMA AVENTURA... COMOVENTE!

Uma novissima reunião "à bomba!!". Imagem de marca do Cabo da Roca.


Uma caminhada de reconhecimento levou-me um dia à base desta sombria parede.

Descobertos os sectores mais óbvios do Cabo da Roca, as manobras seguintes consistem em levantar as pedras banhadas pelo oceano, para ver se por baixo conseguimos encontrar algum novo muro interessante.


A praia da Aroeira, vista desde o farol.


Desta vez, “debaixo de uma pedra” surgiu uma “coisita” com uns 70 metros, que poderia albergar alguma que outra nova via.

Ignorando a maré que subia inexoravelmente, sentei-me num calhau rebolado pela violência das ondas e, comecei a tirar as fotos da praxe. A minha imaginação começou a traçar as possíveis linhas que poderiam, no futuro, cruzar esta sugestiva parede orientada a norte.


A sempre espectacular Ursa aflora entre os rochedos.


No dia 24 de Setembro, o Rui Rosado começou a escalar uma via relativamente fácil, situada na face oeste da “Pirâmide”, na zona da praia da Aroeira. Esta fissura/chaminé é uma pequena criação de Sergio Bruno, um brasileiro afoito que, nos anos 90, inaugurou muitos horrores na região do Cabo da Roca.



Pela minha parte teria de escalar este quinto grau ligeiro, em segundo de cordada mas, carregando o petate com toda a logística necessária para abrir uma nova via. O que neste caso, significava “alancar” com a comida, água e... máquina hilti e uma mão cheia de plaquetes.

Com a maré cheia, esta é uma das unicas formas de aceder à face norte do sector. Do “lado de lá”, iríamos equipar uma reunião de rapel para descer até à base da parede.


O Rui a escalar a via de acesso.


“Isto começa bem!”

Cinco minutos passados e, ainda não conseguia descolar do solo.

“Máquina!”

Com o Rui Rosado a empurrar-me as costas, lá consigo colocar um primeiro perno, o mais alto que o meu braço alcançava.

Um maravilhoso passo de escalada... em artificial, uns esgares e grunhidos a tentar abandonar a segurança da plaquete e... “Máquina!!”

A cordeleta de apoio permite improvisar um teleférico entre o escalador e o assegurador que pode passar desta forma qualquer peça de equipamento necessário, como a máquina de furar. Através dessa cordeleta não se pode, no entanto, passar a dose de decisão imprescindível para enfrentar o medo de seguir para cima.

Uma segunda plaquete foi colocada sem mais delongas.

A partir desse ponto foi possível colocar alguns friends e a escalada decorreu com a elegância... de um hipopótamo, entre os estribos e o livre tosco.

O Rui Rosado, em segundo de cordada, realizou o primeiro largo todo em livre, com aparente facilidade.


O Rui a forçar em livre o primeiro largo.


Abrindo o segundo lance, o Rui fez uma figura muito melhor que a minha, cruzando em escalada livre um muro precário e com um razoável grau de exposição: “Olha, presta atenção! É que estão por aqui uns blocos...”


A reunião do primeiro largo. Um magote de plaquetes!!


Alguns longos minutos volvidos em que permanece oculto da minha visão, eis que reaparece a ultrapassar uma secção bem delicada (mas de rocha sólida), de acesso à reunião.


O Rui emerge no "crux" do segundo lance.


O terceiro largo revelou-se o mais difícil de roer, apesar da fissura que o corta de alto a baixo. Bem, na verdade trata-se de uma micro-fissura que, no seu inicio, foi conquistada com entaladores pequenos e um piton (rapidamente substituído por um novissimo perno aço inox!) e, depois aceitou alguns microfriends e até um camalot 0,75 (o verde do conjunto).


Aqui o "je" a seguir a via mais fácil... espetar um perno com a máquina... é a vergonha!


Com a corda por cima, o Rui esforçou-se para tentar “libertar” este lance mas, o malfadado resistiu-se aos esforços. Ficou-se como uma proposta de 7a+ ou 7b, a confirmar, (ou desconfirmar!), como é evidente.


O Rui na saída do terceiro largo.


Coube ao Rui escalar o ultimo lance. Entretanto, estavam esgotadas as plaquetes calculadas para a via. E, a julgar pelo estado da rocha, se havia algum lance que necessitava –mesmo- de protecções, era este ultimo. O grau era muito mais acessível que os outros mas, a sua exposição também era a maior, devido à qualidade da rocha, digamos... muito precária!


E a entrar no ultimo e infame largo.


Está pensada uma nova visita para “endireitar” (e proteger!) este ultimo lance, limpar a via dos blocos mais suspeitos e acrescentar uma ou duas protecções expansivas de forma a “humanizar” um pouco mais esta: “AVENTURA COMOVENTE” (COMOVENTE, porque as pequenas pedrinhas e pó que caiam, entravam-nos nos olhos e faziam-nos lacrimejar bastante –qual donzela chorosa ás janelas do castelo.).


Paulo Roxo