domingo, janeiro 18, 2009

UMA... NOVA...


A via apresentada foi escalada em Novembro e Dezembro de 2008.



A “Olhos tristes” foi aberta na parede do Espinhaço entre a “Kamikaze” e a “Mancha branca”.



Tem uma secção comum com a “Mancha branca” e cruza com esta na terceira reunião, a qual foi reforçada com uma plaquete inox (existiam três spits bastante oxidados!).

Foi aberta desde baixo utilizando máquina para colocação dos pernes.

A via foi parcialmente equipada tendo em vista uma futura realização integral em livre. No entanto, o seu grau obrigatório não ultrapassa o 6b/A1.





Pode ser um bom desafio de dificuldade para os amantes do vazio no Cabo da Roca – em especial os terceiro e quarto lances, por certo bastante duros, se forçados em livre.

Parte da via foi aberta em solitário.



Truques solitários!


A ideia inicial consistia em percorrer todo o extra-prumo de placa à esquerda do terceiro lance. No entanto, a perspectiva de furar demasiado demoveu-me de continuar pela linha estudada. Assim, a segunda metade do lance percorre todo um diedro aéreo (mas fácil), em comum com a “Mancha branca”.

Um medo irracional acompanhou-me durante toda a ascensão. Creio que a parede do Espinhaço tem um dom especial. O seu angulo geral, fortemente extra-prumado cria uma impressão de amplificação das suas reais dimensões. O mar, quase sempre batido, ajuda a gerar um ambiente particularmente impressionante e intimidante.

Durante a escalada em solitário deparei-me com alguns pitons antigos (e carcomidos) e um velho spit, no penúltimo lance. Tratava-se de uma variante de saída da “Mancha branca” que desconhecia.


Na "Variante de saída da Mancha branca".


A descoberta dos artefactos deixou-me um bocado desmotivado.

Esta nova via era para mim especial e tinha-a sonhado mais ou menos independente. Primeiro, o troço em comum com a “Mancha branca”, logo a “descoberta” da variante, deixaram um ligeiro sabor amargo à aventura solitária de dois dias (separados por uma semana).

Estava decidido a “rectificar” a via.

Convidei a Daniela e, no dia 21 de Dezembro as estrelas conjugaram-se para a realização da escalada.


Daniela no primeiro lance.


O segundo largo.


Terceira tirada.


Daniela a sair para o troço em comum com a "Mancha branca".


O tal troço comum com a “Mancha branca” do terceiro largo permaneceu conforme o original mas, um penúltimo lance foi inaugurado. Percorre os primeiros metros da fissura lógica da “Variante”, para logo torcer para a direita através do extra-prumo e saindo por um diedro fácil muito evidente.


A terceira reunião.

A abrir o quanrto lance.


Fácil e "disfrutón" largo de saída.


Terminámos a nova via no topo da fantástica falésia do Espinhaço, quando esta exibia tons de vermelho fogo, iluminada pelos últimos raios de sol.

Paulo Roxo


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