Algumas fotos do curso de Alpinismo/Escalada em gelo, no ultimo dia, em que a simpática comitiva de Seia realizou uma escalada em autonomia, pondo em pratica variadas técnicas.
A neve transformada possibilitou a concretização da actividade em condições excelentes, obrigando à instalação de reuniões intermédias, realmente fiáveis.
Como andava a cirandar entre as duas cordadas de três elementos, fui disparando algumas fotos da malta.
Dois momentos de Pedro e José, no inicio da via. Entrada mesmo à esquerda do sector Lafaille que, a neve dura e um pequeno troço de gelo lhe conferiram realismo. Duas cordadas de três elementos cada, dividiram-se nas tarefas.
Após montada a primeira reunião em rocha, os dois seguintes lideres partiram para o segundo lance. Aqui o Sequeira e o João.
A cómoda reunião do segundo largo.
Foi a vez da Anne a liderar o terceiro largo.
E ao Armando tocou-lhe o terceiro lance da sua cordada.
O José no quarto largo do dia, já no interior do "Corredor do cavalo".
A Anne e o Sequeira, na reunião em piolets.
O José, a meio do "Corredor do cavalo".
E o Pedro, numa perfeita reunião de gelo.
Uma das cordadas, a curtir os momentos da reunião.
Sequeira no ultimo lance
João na rampa final.
A ultima reunião para João. Piolets cruzados "à bomba!"
Foi a expressão que me ocorreu ao ver o estado em que se encontrava a “cascata das couves”. A neve puxada a vento, tinha coberto todo o sector e o tão esperado gelo azul desaparecera sob um lençol branco vertical. O próprio “Corredor largo” encontrava-se mais inclinado que o habitual.
Descemos com cuidado a vertente de neve, transformada em betão, pelo vento frio e o parco Sol da semana anterior.
Com o Timoteo, reconhecíamos o terreno para o curso invernal planeado para os dois dias seguintes.
Como é obvio, o plano de reconhecimento incluía também escalar qualquer coisa que se interpusesse no caminho.
Mais abaixo, mesmo à esquerda do “Corredor do cavalo” (este situado à esquerda da cascata “Cavalo de gelo”) surgiu uma interessante “placagem” de neve gelada sobre uma pequena parede de granito. A coisa parecia empinada e precária... “Vamos?”
Gelo precário na primeira via do dia.
Um piton de rocha e dois parafusos de gelo curtos, instalados a modos de “conforto psicológico”, resolveram a via, relativamente fácil e divertida.
Timoteo a divertir-se em neve gelada quase vertical.
O nome proposto para esta linha de rarissima formação, surgiu um dia depois, durante o curso de alpinismo e durante as práticas de auto-detenção, rapidamente apelidadas pelo animado grupo de Seia, de “Auto-Detonação”.
Depois de abrir a “Auto-Detonação”, algo nos conduziu ao sector do “Corredor do inferno”.
Por ali, várias linhas abertas há vários anos, provavelmente sem repetições, resolveram dar o ar de sua graça, para jubilo dos piolets de qualquer um, disposto a aventurar-se no seu gelo.
Dentro do corredor do Inferno, a reconhecer terreno.
Vias como a “Prozac”, aberta pelo Nuno (Larau) e o Miguel Grillo e a “Fumarola”, aberta por mim e pelo Miguel Loureiro, ambas entre 1998 e 2000, voltaram a surgir com óptimo aspecto mas, infelizmente sem ninguém para aproveitar as suas efémeras aparições. Com o nosso tempo limitado, também nós resolvemos “passar” estas belas linhas mas, de todos modos, não deixámos escapar uma via de estatuto emblemático: a “Cascata do inferno”.
Timoteo no primeiro largo da "Cascata do inferno".
Com o Rui Rosado, há umas semanas, terminámos a via pela cascata da esquerda. Desta feita, a formação conduzia-nos pela direita, o que surpreendeu pela precariedade pouco habitual da saída, em neve vertical e pouco consolidada.
No segundo lance da "Cascata do inferno".
A "Prozac", de novo formada
A descida em rapel proporcionou a colocação das cordas em top num eterno projecto de dry-tooling (equipado há uns 12 anos), que sempre rondou os meus neurónios. Trata-se do tecto pronunciado localizado imediatamente há direita da “Cascata do inferno”. No entanto, o meu treino actualmente desadequado não permitiu sequer tocar de raspão a possibilidade de uma escalada em livre. Em suma... é a frouxidão!
Já para o fim do dia, ainda desfrutámos da “Adrenalina”, no sector da “Curva do cântaro”. Desta vez a via encontrou-se em condições agradavelmente difíceis, mais ou menos como foi aberta em 1999. Esta pequena maravilha aceitou um alien vermelho, no local perfeito para proteger o passo crucial de transição entre o “cachão” de gelo inicial e os passos precários de gelo fino.
Na "Adrenalina".
Embora não tenhamos aproveitado ao máximo o que a serra tinha para oferecer, terminámos o dia com a sensação de satisfação.
A estrada conduzia-nos a Seia e o termómetro marcava os sete negativos.
O Timoteo tinha um autocarro para apanhar e eu...
Algumas fotos do Curso de alpinismo/escalada em gelo, vêm a seguir...
Fim-de-semana passado na Serra da Estrela: AO RUBRO, com a neve absolutamente transformada e linhas geladas de rara formação a fazerem a sua etérea aparição, mas... eu estava agarrado a um curso de alpinismo.
Não me interpretem mal, não me arrependo. A simpatia extrema dos participantes do curso superou em larga escala as sensações que me trariam todas as escaladas que poderia ter realizado nestes dias. Afinal, o alpinismo e a escalada não são mais que as pessoas que os praticam ou, como neste caso, que começam a praticar.
Mesmo assim, na sexta-feira anterior ainda deu para concretizar qualquer coisa na companhia de Timóteo que decidiu acompanhar-me num “reconhecimento activo”.
Breve, a historia, as fotos e as vias... para saberem o que perderam.
E também umas imagens bem giras do divertido grupo de Seia que aguentou aturar-me como monitor.