quarta-feira, junho 03, 2009

TOKA LANGAGE (?!)




Pinheirinhos!


- Uau! Agora sim, escalada! – Pela primeira vez, liberto-me das amarras da tensão e da duvida e lanço-me a uma série de passos que se sobrepõem rapidamente.

Ironicamente é a secção da via em que as protecções mais distam e, onde é impossível proteger com outras coisas. No entanto, o run-out coincide com o troço de melhor rocha. As boas presas surgem-me nas mãos e a escalada desenvolve-se com fluidez. A corda pende livre. Uma queda iria supor um voo distante mas, jamais exposto. O extra-prumo é considerável.


O primeiro lance: longo, precário e nervoso.


Depois de equipar (semi-equipar) e limpar a via desde o cimo, faltava realizar a primeira ascensão.

No dia 5 de Abril, a Daniela e eu dirigimo-nos para os Pinheirinhos determinados a dar o nosso melhor.


A daniela e as gaivotas.


Essa determinação foi rapidamente minada logo após os primeiros metros.

Dias antes, eu tinha ocupado bastante tempo a limpar e sanear blocos incrustados no inicio da via. Mas, pelo visto, contra todas as expectativas, essa limpeza, a juntar ao numero de plaquetes colocadas, não ajudaram a mitigar o medo causado pela própria estrutura rochosa.


Nuvens...


Bastante nervoso, fui realizando os movimentos mas, não me atrevia a prosseguir sem analisar os passos seguintes... pendurado na protecção anterior.

O run-out com rocha de qualidade foi, na verdade, o salvador espiritual deste lance infame.

Depois da reunião, seguiu-se uma placa com um “concentrado de dificuldade” e logo um diedro de aspecto frágil mas, de rocha excelente.




Dois momentos do segundo largo. Aparência frágil mas, sólido.


O ultimo largo é mais difícil do que parece, quando visto desde baixo. Os dois blocos suspeitos a meio, apesar de bem agarrados, devem ser tratados com respeito.

A “Toka Langage” – o nome não tem qualquer significado!- trata-se simplesmente de mais uma via a juntar à colecção dos Pinheirinhos.

O primeiro lance é o mais equipado mas, também é o mais delicado. Este pode ser evitado, escalando o primeiro largo da “Oliveirinha”.


Paulo Roxo




1 Comment:

Anónimo said...

Ora ai está uma via daquelas que a malta prova o seu próprio veneno, eu cá quando escalo uma via depois de a equipar também me acontece muito isso. Tipo: táva mesmo parvo quando achei que este ranout ia ser fixe e interessante, dava duas bofatadas ao gajo que equipou isto (eu). Mas no fim são as melhores.
Aquele abraço
João Animado